O Netbeans em sua versão 8.1 não oferecia suporte a projetos baseados no Grails 3. Foi inclusive aberta uma issue no projeto da IDE para que este suporte fosse incluído na versão 8.2, mas a tarefa havia sido fechada, o que desanimou muita gente (inclusive eu).
Recentemente, entretanto, foi lançada a versão 8.2 da IDE e hoje resolvi experimentar em alguns projetos baseados na versão 3.1 do framework. Qual o resultado? O suporte está lá e funciona razoavelmente bem! Neste post vou apenas expor o essencial e minhas primeiras impressões a respeito do suporte oferecido.
Como usar seu código Grails 3.x no Netbeans
O primeiro passo é garantir que a versão correta do Grails seja carregada pela IDE. Para isto, vá ao menu Ferramentas e clique sobre Opções. Surgirá a janela de configuração do Netbeans, aonde você deverá clicar sobre a aba Diversos e, em seu interior, na opção Groovy. Será exposta uma janela similar à imagem a seguir:
Basta fornecer o diretório no qual o Grails se encontra. Feito isto, usar seu código fonte Grails não poderia ser mais fácil: basta ir no menu Arquivo, selecionar a opção Abrir Projeto e selecionar a pasta em que seu projeto Grails se encontra.
O que funciona
Não sou um usuário avançado do Netbeans (uso o Atom para trabalhar), sendo assim uso apenas as funcionalidades essenciais da IDE. Sendo assim, segue a lista dos recursos que experimentei:
- Todos os comandos do Grails (run-app, test-app, war) funcionam de forma completamente transparente.
- A depuração funciona (e bem).
- O console do Grails pode ser facilmente ativado: clique com o botão direito do mouse sobre o projeto e escolha a opção “Shell do Grails” (Grails Shell).
- O auto completar funciona razoavelmente bem, inclusive no que diz respeito aos finders dinâmicos, tal como exposto na imagem a seguir:
Mas não espere um auto completar tão lindo como o do IntelliJ IDEA. Ele não funciona tão bem na detecção de serviços ou criterias (no primeiro caso simplesmente não funciona).
A vantagem de usar o Netbeans é que você terá acesso também às funcionalidades padrão da IDE, tais como:
- Total integração com sistemas de controle de versão, como Git, Mercurial, Subversion sem precisar instalar plugin algum.
- Todas as ferramentas de pesquisa textual da IDE.
- Integração com gerenciadores de tarefas, tais como Redmine, Jira e outros.
Observações finais
Raríssimas vezes uso uma IDE quando trabalho com Grails, mas diversos dos nossos clientes gostam dos recursos que estas oferecem. Dado que o GGTS atualmente está em estado catatônico, é bom saber que há uma opção livre que possamos usar. Recentemente no Slack do Groovy e Grails Brasil convidei as pessoas a participarem do desenvolvimento do suporte a Grails no Netbeans e algumas toparam, além de diversas outras que sinalizaram a importância do suporte para os usuários da IDE.
Apesar de ter desrecomendado no passado o Netbeans, hoje o vejo com outros olhos e digo que é uma alternativa viável para aqueles que gostam de trabalhar com IDEs. Apenas como sugestão, para garantir que o suporte funcione para você, permita que sejam realizadas atualizações e baixe a última versão da IDE no site oficial.